Posted by : C.C quinta-feira, setembro 19, 2013


  A chuva continuava a cair sem dar tréguas e não havia previsão de melhoria. Sendo assim, a organização do concurso decretara um empate para este ano, dando o título de "melhor circo" tanto ao circo de Luka como ao de Ruka.
  O descontentamento dos outros circos fora notável mas nenhum se atreveu a criticar a decisão.
  Ruka guardava a estátua do prémio na sua caravana enquanto dava uma limpeza nos restantes troféus e medalhas.
  Olhando agora para trás não se recordava de quantos anos passara desde que formara o circo. No inicio trabalhava com a sua irmã gémea, Luka, gerindo um pequeno espectáculo de rua, mas assim que despertaram os seus poderes optaram por não ficar muito tempo no mesmo sitio e criaram um circo. Algumas desavenças levaram ao estado atual, cada uma com o seu negócio e cada uma na sua demanda.
  O som de batidas na porta desperta-a do seu estado de nostalgia. Fechando o armário dos troféus dirige-se à porta.
  - Sabia que estavas aqui. - Cumprimenta um homem alegremente.
  - Oh, és tu Mark. Entra.
  - Estás assim tão desapontada por me ver? Feris-te o meu orgulho.
  Ruka sorri levemente e oferece-lhe um chá.
  - O que fazes aqui?
  - Estive a preparar o meu novo número mas não consegui. Sai mais mágico, no bom sentido da palavra, do que "ilusionistico".
  Mark era o mágico, ilusionista, da trupe de Ruka. Apesar da sua beleza exterior e porte atlético a sua idade era enganadora. Talvez fosse uma das muitas influências dos poderes dos mistérios.
  - Compreendo. Peço perdão. - Desculpa-se Ruka soprando para a chávena.
  - Não precisas pedir perdão. Escolhemos estar aqui de livre vontade.
  - Mark, não quero ser grosseira nem rude, mas já te disse que não desejo que me confortes.
  - Tu sabes que eu...
 - É por saber que te digo. O que me pedes não terá futuro. Nem eu sei o que o destino me reserva. - A mulher lança um longo suspiro tristonho.
  Mark sorri em sinal de compaixão e leva a mão à face de Luka, mão essa que é afastada delicadamente com um olhar de pedido de compreensão.
  O ilusionista levanta-se e encaminha-se até à porta. Antes de sair tira uma rosa da manga do casaco e pousa-a numa mesinha à entrada. Podia ser um truque cliché. mas era carregado de sentimentos.

Mark

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