Posted by : •°o.O Misa O.o°• terça-feira, julho 30, 2013

Acho que vou dizer sempre que a fic é da Juliana e não minha ^^". Diminui a fonte para poderem ver os links no final ^^. Nota da autora: Então, povo, que bom que gostaram do primeiro capítulo. A partir do terceiro Tábata já estará na escola - aí sim o trem começa a andar. Ainda estou pensando em nomes, no momento, preciso de dois masculinos e dois femininos legais... Estou sem ideias... Ah, a música agora tem um pouco a ver com a história, desculpem pela última, é que estava viciada nela. Enfim, espero que gostem desse capítulo também, como devem saber, os primeiros capítulos são para dar o inicio da história e, a mesma, ainda está em desenvolvimento. E, sim, devo admitir, Elliot é meu personagem favorito. Aos interessados, esse é o modelo do sobretudo em que me inspirei nesse capítulo, e que ira aparecer em algum momento nele: http://www.ideiajovem.com/wp-content/uploads/2012/04/sobretudo-de-couro-feminino.jpg e http://user.img.todaoferta.uol.com.br/7/5/F1/ZLBHUF/1231176216680_bigPhoto_0.jpg


2º Capítulo:
The Broken Dream

 Estiquei o braço e passei a observar o palmo de minha mão atentamente.
 Estava deitada em minha cama e Elliot assistia a um anime qualquer em meu notebook ligado ao meu lado. Parecia interessadíssimo, afinal sempre soltava exclamações e tapava o rosto com ambas as mãos – em prováveis cenas desagradáveis ou tristes demais para que o mesmo as assistisse.
 As cortinas balançaram levemente com o ar “puro” da cidade que adentrava o cômodo.
 Observei meu quarto cuja única parede que não era preta era aquela que estava atrás de minha cama, e ainda tinha um adesivo de uma árvore preta de galhos secos (alguns pássaros voavam ao alto). Somente tinha meu guarda-roupa com um espelho em uma das portas negras, uma TV de frente para a cama, uma mesa branca para fazer as lições de casa ao lado da penteadeira do mesmo tamanho.
 Meu quarto era no segundo andar do sobrado. Meus irmãos estão sempre ocupados e mal os vejo, assim como meus pais. A exceção de minha mãe, mas ela me trata como uma deficiente, de uma maneira gentil, porém, ainda assim, sinto-me como uma paciente perto dela.
 Odeio isso.
 Hoje era o dia em que minha mãe me levaria para comprar meu material escolar... não estava muito animada quanto a isso, porque significava que iria para um lugar onde passaria quatro horas vendo coisas que não me interessava, pessoas que estariam criam pré-concepções sobre mim a partir do momento em que eu colocasse o pé lá dentro. Assim como dariam apelidos e iriam se referir a mim. Seria julgada cem por cento do tempo.
 Suspirei colocando a mão sob o rosto.
- Ta, o que aconteceu?
 Elliot desviou o olhar da tela do computador pela primeira vez.
- Nada... é só que estou nervosa...
- Nervosa? Nervosa de raiva ou nervosa de ansiosa?
 Parecia uma criança curiosa e confusa. Virei para o lado esquerdo, ficando de costas para ele.
- Ansiosa, Elliot, ansiosa.
- Ora, escola é algo super divertido, pelo o que eu soube.
- Claro, para uma pessoa como eu deve ser a coisa mais divertida do mundo, nossa – ironizei.
 Agora ela fazia uma cara emburrada.
- Não precisa falar assim comigo, idiota.
 Argh. Como que eu fui criar ele com uma personalidade dessa?
 Comecei a ouvir alguns passos lá em baixo.
- Acho que devo ir...
 Estiquei os braços, despreguiçando e ouvindo alguns estalos. Usava um shorts jeans preto, camiseta azul de caveira e meu “sapatenis” da Coca-cola azul listrado.
 O garoto me lançou um pequeno sorriso de canto de boca.
- Sua animação me comove.
- Cala a boca – disse enquanto saia do quarto.
 Desci as escadas calmamente. Elliot parecia não entender a minha dificuldade de falar com estranhos, o que se parar pra pensar é bem estanho já que ele está, tecnicamente, em minha cabeça.
 Parei a frente da sala. As paredes eram brancas, assim como os sofás que estavam de frente para a TV de tela plana, mas todas as almofadas eram caramelo o que realçava a mesa de centro de maneira de um tom um pouco mais escuro, assim como duas poltronas de frente a uma lareira de canto abaixo da televisão. Uma estante cobria uma das paredes, repleta de livros, enquanto uma outra tinha enormes janelas de vidro temperado, que iam do chão ao teto, com cortinas brancas as cobrindo.
 Minha mãe estava sentada com as pernas cruzadas, lendo atentamente a uma folha – parecia um documento – em uma das poltronas.
 Kate não é uma mãe ruim, não, ela é preocupada comigo e tudo o mais, sempre me incentivou a falar com os outros, mas, ainda assim, sou só uma filha doente para ela. Não que eu realmente ligue, mal nos falamos durante o dia.
 Hoje, elas usava uma saia um pouco acima dos joelhos, justa e numa cor que me lembrava uma palha escurecida, com um blazer de mesma cor, com saltos scarpin de salto alto de cor marrom café. Seus cabelos, castanhos como os meus, presos em um firme coque e mal se podia notar seus olhos verde por de trás dos seus óculos de leitura.
 Sempre usando roupas nesse estilo, só porque sempre estava em seu escritório ou resolvendo coisas em relação a ele.
 Respirei fundo e ela me notou, o que a vez se desviar de sua leitura e remover seus óculos.
- Querida, há quanto tempo está aí?
- Pouco.
- Ah, sim! Antes que me esqueça, devemos comprar suas coisas, não?
- Sim.
- Você... – ela parou por um instante, e eu sabia o que isso significava.
- Não, eu estou bem. Nenhum sonho letal...
 Argh, esse silêncio super constrangedor que me faz desejar pular pela janela.
- Bem...- ela olhou para mim mais atentamente, tenho certeza que repudiava minha roupa em seu pensamento, minha mãe já deixou bem claro o que acha do meu estilo – vamos indo, então.
 Ela se levantou, guardou o papel em sua maleta preta e passou a andar em direção a porta. Fiquei parada por um tempo, olhava pela janela. Oh, uma criatura saia da flor ou era impressão minha? Talvez, que? Ela estava olhando para mim? Tsc, bichinho estran-
-Tábata – chamou novamente minha mãe, ainda com a porta aberta – vamos.
 Balancei levemente a cabeça para os lados e dei um olhar de relance enquanto tornava a andar. A criatura não estava mais lá. Ela não existia. Eu sou uma maluca mesmo.


 Não, eu não estava gostando nem um pouco disso.
 Sentia-me desconfortável dentro de uma loja cheia de pessoas, ou com pessoas além das que trabalhavam lá. Minha mãe me levou a uma papelaria, há séculos não ia em uma – sempre evitava, e mesmo que fosse uma “de nível”, como a mesma definia, ainda tinha algumas pessoas ali.
 Já tínhamos comprado minha mochila, o estojo e alguns materiais, só faltava o caderno.
 Peguei qualquer um – sabe? Passando pela prateleira e pegando sem ver. Até que vi uma garotinha, entre muitos livros, usando um vestido amarelo simples, em um dos corredores.
 A fiquei observando por um tempo e a mesma levantou os olhos até mim.
- Que foi? – indagou em tom desinteressado.
-...
- Você não fala?
 “Educação mandou lembranças”.
- Você é... real?
 Achei que ela iria retrucar com outra resposta malcriada. Mas a mesma começou a rir.
- Eu to aqui, não to? Pois então.
 Abaixei-me a sua altura, observei a capa do livro que a mesma lia – não aparentava ter mais de dez anos.
Harry Potter?
- Sim. Gosto desse livro.
 Sentei ao seu lado. Depois que cresci, na verdade, conversar com crianças se tornou mais fácil do que com adultos com suas ideias e ideais já formados. É difícil conversar com alguém já cego de uma certeza ou realidade errada.
- Por quê?
- Porque é legal, sabe? Um mundo mágico, com coisas que parecem imaginadas.
 Ri de leve e engoli uma resposta sarcástica. De coisas imaginárias eu entendo muito bem.
- Mas é meio triste.
 Essa declaração interrompeu meus pensamentos desconexos.
- Por que acha isso?
- Triste, porque uma hora ela volta pra casa dos tios, e tudo isso acaba, vai embora, como se não tivesse acontecido. Os tios dele não entendem o mundo do Harry, então é triste pra ele ter de viver convivendo com isso.
 Caraca, o que deram pra essa garota comer? O que andam fazendo com as crianças hoje em dia? Sua declaração foi tão firme e convincente, que me senti burra perto de uma garotinha.
 Parei para refletir sobre o que ela havia falado. Cheguei a uma conclusão: eu me sentia como o Harry, no meu mundo, incompreendido em pura fantasia. E essa fantasia me deixava doente.
- Sua mãe está te chamando – disse baixo.
- Essa fala era minha – me levantei e pude ouvir outro estralo, minhas pernas doíam.
- Não esqueça o caderno – alertou-me sem olhar para mim, já absorta novamente me sua leitura.
 Sério. O que há de errado com essa geração? Futuros intelectuais, talvez?
 Novamente estava em dúvida. Aquela garota estava realmente ali ou eu imaginei coisas de novo? Era possível uma garotinha ter falado tudo aquilo e ser real?
 Comecei a ficar com dor de cabeça e desisti sobre isso. Suspirei enquanto olhava para o meu caderno de capa lisa e totalmente preta. Ah, é, eu me lembrei, amanhã era o meu primeiro dia em uma escola municipal. Tentaria não falar sozinha, não dizer coisas estranhas para os outros, prestar atenção nas aulas (se bem que nas minhas particulares já estava bem avançada), mas já estávamos no mês de maio, a turma já deve estar entrosada e eu iria pegar o barco andando, não que eu realmente me importasse já que não esperava fazer amigos... E, principalmente, eu tentaria evitar imaginar coisas desnecessárias.
 Respirei fundo enquanto entregava o caderno na mão da garota, de cabelos curtos e vermelhos, mascando chiclete, que estava no caixa.
 Antes de ir embora, dei um olhar de relance para onde a garotinha estava e a mesma já não se encontrava por lá, entretanto, os livros permaneciam no chão. Essa era uma prova de sua real existência? Af, ficar pensando muito nisso me estressa. Estressa muito.
 Logo que cheguei a minha casa, retornei ao meu quarto. Lógico, já é automático. Passo noventa e nove por cento do tempo no meu quarto. Sempre...
 Elliot esperava sentado na cama, que deixava seus pés suspensos o bastante para que o mesmo os balançasse. Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, era o único que ficava feliz com a minha presença.
- Você tem que dormir cedo hoje! Se não vai ficar com uma cara pior do que já tem amanhã – zombou ainda rindo, como uma criancinha que acabou de ganhar um brinquedo novo.
 Ele era o único que sorria pra mim sem ser por pena.
 Ah, sim, amanhã eu teria meu primeiro dia de aula em seis anos. Pensar nisso me faz querer bocejar.
 Despreguicei-me enquanto me jogava na cama, já estava tarde, passei o dia comprando essas besteiras pra ir para um lugar que não queria. Passei a observar o teto – faço muito isso – e tentar focar em parecer normal amanhã, mas acho que isso vai ser muito difícil... Sério.
 Antes que notasse, acabei por pegar no sono.


 Estava na mesma floresta de ontem. Sim, eu sei que isso é um sonho. Eu tenho sonhos lúcidos por isso controlo tudo por aqui. Este é o meu mundo e onde me sinto segura de verdade, menos quando as coisas saem do meu controle, mas isso é muito difícil já que sou uma pessoa equilibrada.
 Controlar meus sonhos eram um passatempo, algo divertido e uma saída pra fugir dos pesadelos, até que a minha imaginação começou a se mesclar com o mundo real e passei a viver um inferno vinte e quatro horas por dia.
 Entretanto, os sonhos continuavam agradáveis como sempre.
 Olhei para minha roupa, uma calça escura e justa, botas de cano alto e salto fino, camiseta preta de gola alta e um sobretudo preto, de couro, com detalhes dourados e uma cinta amarrada até onde poderia respirar. Parecia ter saído de um filme de caça vampiros.
 Passei a caminhar calmamente, as folhas das árvores estavam marrons e muitas já se encontravam no chão enquanto que outras poucas ameaçavam cair dos galhos. Parecia que uma tempestade estava por vir.
 Pude ouvir o riso de uma criança. Uma garota? Sim! Era uma garota, de vestido longo e amarelo desbotado. Ela corria, sumia no meio da floresta. Passei a segui-la sorrateiramente.
 O que diabos essa garota fazia aqui? Será que a imaginei por engano? Talvez eu tivesse pensando tanto no que aquela garotinha tinha falado na papelaria que a imaginei aqui – já aconteceu antes.
 Perdi seu rastro. Tornei a olhar em volta e pude ver algo estranho, brilhante e branco um pouco mais longe.
 Caminhei até lá, eram as ruínas de um castelo de mármore (não restava muito além de alguns pilares, o chão elevado, uma escada a uma torre qualquer e rastros que revelaram que outrora ele fora grandioso), já totalmente empoeirado e deserto e meu salto fazia um eco seco soar por quilômetros. Algo estava errado e estranho.
- É porque você está nervosa com a escola.
- Elliot... – suspirei enquanto voltava-me para o garoto que, subitamente, apareceu atrás de mim.
- Hoje não é um dia bom para você ficar. Está em desordem, então seus sonhos também estão.
- Não é pra tanto – debochei com um sorriso de canto de boca.
 Só agora notei. Ele estava sério, tanto em seu olhar quanto na expressão.
 Olhei ao redor. Ainda me era estranho esse “ex-castelo” estar no meio de uma floresta, sendo que não me recordo de ter imaginado ambos.
- Estou falando sério.
 Suspirei.
- Relatório?
- Kit está em seu castelo principal e aguarda sua presença.
 Bem, já era de se esperar sua preocupação, afinal, Kit era minha mãe nesse mundo.
- Depois. Preciso descobrir o que está acontecendo por aqui. Elliot, você está escondendo algo de mim? O que não quer me contar?
 Ele olhou para os lados, parecia aflito, porém, tornou a sorrir meio sem jeito, como se estivesse aliviado.
- Parece que você já vai acordar.
-O qu...?-


- Tábata! Acorde! Por favor, você dormiu com a mesma roupa de ontem de novo? Espero que não, hein! Levante-se, depressa menina, ou vai se atrasar para o seu primeiro dia.
 Essa era minha mãe. Socando, não, esmurrando a porta do meu quarto para que eu acordasse.
 Com a mão direita, esfreguei os olhos e olhei para o despertador. Argh, esqueci como era irritante acordar as seis da manhã.
 Levantei e passei a observar ao redor. Nem sinal de Elliot, não sei o porquê, mas não funciona do jeito que eu quero na realidade. Que porcaria, no meu sonho eu podia controlar tudo - bem, geralmente eu consigo.
 O que diabos aquele menino escondia de mim? Como ele pode saber mais sobre o meu mundo do que eu?
 Tsc. Ficar pensando sobre isso não adianta.
 Com essa decisão, fui até o banheiro tomar um banho, ou minha mãe ia me mandar pro submundo se demorasse mais.

{ 4 comentários... read them below or Comment }

  1. Sugoi! Ela consegue controlar os próprios sonhos!!! Quem dera se eu conseguisse também kkkk

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    1. É bem mais fácil do que se parece xD É só treinar, quando você pega o jeito ai vira vício - falo por experiência própria.
      Obrigada por comentar Sumi xD

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  2. Oi oi,
    Estou adorar a história! Adoro tudo relacionado a sonhos e sonhos lúcidos.

    Bjinhos :*

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