Posted by : •°o.O Misa O.o°• sexta-feira, julho 26, 2013

Relembrando que a fic não é minha mas da Juliana :) Boa leitura.


Prólogo:
 Já estava em delírio, pobre menina, mas por que teria Deus lhe destinado isso? Seria castigo, revolta, desgosto? Era isso que se perguntavam ao vê-la em sua atual situação, não que ela se importasse realmente, já que seu mundo era perfeito, em todos os sentidos.
 Colocava seus fones de ouvidos e nem era preciso fechar os olhos, somente olhava além da janela e se imaginava em uma luta contra um dragão, ou a procura de uma fada na floresta, quem sabe até uma antiga memória quando corria para a casa de sua avó, sentava junto a mesa e comia algum doce gostoso.
 E quando notava, alguém já a estava balançando, sentada na frente do consultório do doutor, como chegara ali? Ainda se perguntava isso.
 Mas o que mais a interessava era saber como ia terminar sua história imaginária.
 Mesmo durante uma conversa, caso não prendesse sua atenção por tempo suficiente (não que alguém já o tivesse conseguido) lá estava ela, flutuando em pensamentos completamente desconexos e criando novas histórias que somente seus olhos cegos podiam ver.

1º Capítulo:
O Garoto do Trem

 Estava de tarde e estava quente, mais uma vez no psicólogo que me olhava atentamente com aqueles grandes óculos fundo de garrafa, e escrevia sem parar, porém eu nem estava falando nada.
 Coloquei uma das mechas do meu cabelo castanho para trás da orelha, tornei a olhar para o teto.
 A sala era abafada, ou talvez fosse minha impressão?
 É que era tanta madeira, couro e marrom que só o fato de eu estar ali, já sentia muito calor – mesmo que as paredes do cômodo fosse brancas.
 Finalmente, Doutor Edgar rompeu o silêncio, que já durava alguns minutos, e indagou calmamente, mas de maneira tão tranquila, que quase peguei no sono:
- Me diga... Tábata... Como foi o seu último sonho, aquele que me disse ser responsável pela sua falta de atenção durante o almoço no restaurante com sua mãe.
 Suspirei no divã – aquilo era realmente muito confortável.
- Bem – comecei – não me lembro muito bem. Só que parece que dessa vez eu era uma vampira e subia as escadas de um castelo de pedra...
 Ele deu uma risada de leve, gostosa de se ouvir. Doutor Edgar era um senhor alto e magro, de voz serena, olhos e cabelos castanhos como Nutella, usa óculos com uma lente grande e grossa, além de uma calça marrom, com sapatos pretos, camiseta branca de manga longa e por cima um casaco de lã ou caxemira (hoje seu casaco verde estava sob a escrivaninha).
 Dr. Edgar parece sempre ter algo inteligente a se dizer, e lê muito, na mesinha ao lado do divã marrom de couro – que estava deitada agora – sempre está cheio de livros e tenho a leve impressão de que, pelo menos um, muda toda vez que retorno lá.
- Uma vampira? É a primeira vez.
- Admite, doutor, ser uma vampira é muito melhor do que a última vez que eu te falei que estava montada no nyah cat – bufei.
- Ok, ok... – tornou a escrever algo, que até hoje não sei o que é que ele tanto escreve naquele bloquinho cinza com o meu nome – estamos quase acabando esta sessão.
- Ufa – agora eu desamassava minha camiseta do Queen, alisando a parte da frente sem me levantar.
- Tábata.
- Hum?
 Ele retirou os óculos e se ajeitou na poltrona.
- Sua mãe já conversou com você sobre a minha proposta?
- ... Não? – nunca consegui me fazer por desentendida.
- Seria importante para a sua reabilitação, você deve entrar em contato com outra pessoas... outros jovens.
- Mas... Já tentei uma vez – choraminguei.
 Ele me lançou aquele olhar terno, como fazia sempre.
- Você tinha dez anos, além do mais, não pode viver trancada para sempre.
 Fiquei um tempo olhando para seu rosto, refletindo sobre isso, mas acho que demorei demais, porque logo ele me perguntou:
- Está em outro sonho?
 Balancei negativamente a cabeça.
- Não... É que, não tenho muitas boas histórias sobre a vez que fui para a escola. Além do mais, como posso ir pra lá se eu ainda sou maluca?!
- Você não é maluca – falou limpando os óculos, agora era a milionésima vez que ele me dizia isso – o que você têm é inofensivo para os outros, então nada te impede de retornar a escola, e você parece estar respondendo bem ao tratamento-
- INOFENSIVO?! – agora eu elevei o tom da minha voz e estava sentada, não mais deitada – eu sou atormenta por essa coisa, até mesmo agora e não, o pior, não tem solução pra isso, e sim, Edgar, eu sou MALUCA!
 Já estava estressada com isso.
- Já lhe disse que isso leva tempo, falei desde o começo-
- Só não disse que ia durar dois anos... – bufei me afundando nas almofadas cinzas e mesclando com um leve suspiro.
- Mas você deve ser perseverante – ele ignorou meu comentário – e isso pode ser um bom começo para que você consiga ter uma vida, digamos, normal e com relações normais.
 Sim, ela usou um tom diferente na palavra normal, porque, segundo Edgar, a normalidade é algo sem fundamento uma vez que não podemos definir o que é normalidade nesse mundo onde todos somos diferentes. Sempre gostei dessa linha de pensamento.
- Aqui eu acho... – ele fez um movimento com as mãos que seguravam seus óculos e se pôs de pé, fuçando nas gavetas de sua escrivaninha – eu acho que tenho o panfleto da escola que eu gostaria que desse uma olhada.
 Suspirei mais uma vez. Enquanto ele procurava o planfeto, Elliot me encarou com um sorriso.
- Ahhh ahhh isso está demorando muito!
 Fiz que sim com a cabeça.
 Elliot é meu amigo imaginário. Possuí cabelos verdes curtos, olhos pretos e está sempre vestido com um casaco preto meio aberto e camiseta branca de abotoar, calça preta até os joelhos, boina e sapatos marrons (acho que o imaginei após ver as imagens daquelas crianças que trabalhavam na década de oitenta... vi a imagem de uma delas em um trem), tem a estatura e se assemelha a uma criança. É o único que consegue manter uma conversa de longa duração comigo.
 Mas não poderia responder para ele, ou o doutor iria ouvir e eu já disse para ele que me havia “livrado” de Elliot, o que não é bem verdade... Qual é! Ele é o único com quem converso. Até porque, as crianças de verdade sempre me evitaram, aparentemente, eles começam a te chamar de maluca quando você fala sozinha ou com alguém que não está ali... Ou começa a ficar com medo de um dragão de que só existe para você.
- Ne NE, quando sairmos vamos mesmo jogar muito! Até de noite!
 Eu gosto de jogos de videogame, uma das poucas coisas que prendem minha atenção também.
- Achei! Aqui!
 Peguei com ambas as mãos o papel que Edgar me entregara. A escola era grande e antiga, estranha. Abri uma das folhas e passei a ver os clubes na escola.
 Suspirei de novo. Mais uma vez uma escola cara e de classe, do tipo que meus irmãos frequentam... e do tipo onde os outros iriam me olhar torto de novo.
 Meus irmãos sempre disseram que tenho sorte por ter nascido esquisita no nosso tipo de família, com uma condição melhor, mas não queria ir para lá. Como já disse, não tenho experiências muito boas com escolas.
- Ehh... Edgar...
- Hum?
- Você tem um planfeto de escola municipal?
 Bem, se for para ir para a escola... que seja uma onde as pessoas não me olhem de cima.
 Legal, agora Edgar me encarava com um olhar assombrado e Elliot sorria de maneira travessa.

{ 10 comentários... read them below or Comment }

  1. Adorei o capítulo ^-^ e a música x), a história está muito boa Juliana ^-^, espero que escreva mais depressa *-* quero ler! Gostei do Elliot xD
    Beijiinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada. LOL, vocês gostaram mesmo não tendo nada a ver a música com o capítulo - é que eu tava viciada nessa música quando escrevi esse capítulo, as próximas músicas farão sentido nos próximos capítulos, juro xD
      Vou tentar xD obrigada Flávia <3

      Eliminar
  2. Ah é, gostei ;) espero que os sonhos que ela tem sejam reais!!!

    ResponderEliminar
  3. Gostamos, a história parece ser bem legal ^^ ^^ que venham os próximos capítulos :) :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Yeay, obrigada, ooouuuwww que lindo, o povo gostando da fic xD kkkkkkkkkkkkkkkk

      Eliminar
  4. Adorei e nem precisou de reticências pra ser misteriosa, adorei e no meio da leitura comecei a imaginar se todos os sonhos dela fossem reais, tipo, ela meio que vê o futuro do "eu" dela de outros mundos ou vidas passadas (~lê lembrando de Edolas kkkk) daí, imagina que legal se todo mundo é transportado pra uma dessas dimensões? F-O-D-A! Já começou muito bem! Qual a previsão pro próximo? Ah, eu amei a música, vou baixar ~Ja Ne~ *saltita, saltita*

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. LOL. Todo mundo quer que os sonhos sejam reais, é isso mesmo produção? hhuuummm kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
      Obrigada. Huummm, ainda estou escrevendo o próximo, esse foi só uma pequena introdução mesmo.

      Eliminar
  5. COMO VOCÊ ESCREVE BEM, MENINA!! Muito melhor que eu! Ainda não li o próximo capítulo, leio hoje à noite, mas sei que esta fic vai prometer e muito >.<
    Vou adorar \o/ Já adoro *~* E gostei do menino imaginário - agora não lembro o nome dele xD - Gostei!
    Kissus de baunilha!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ohhh, stop it >////<
      OMG, valeu Hotaru, puts, mas tu escreve super bem também e-e .
      Elliot - lembra Edgar kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      Eliminar

Os comentários deixaram de ser moderados
Se comentares em anónimo por favor assina no final
Antes de perguntares algo que não seja sobre a postagem vê se a pergunta não está respondida na FAQ

- Copyright © 2013 Other Side || Fanfictions - Shiroi - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan -